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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Fios ortodônticos

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PROPRIEDADES
Para o entendimento das particularidades de cada fio, torna-se fundamental o conhecimento de algumas propriedades das ligas metálicas.
CARGA X DEFLEXÃO
O comportamento do fio ortodôntico quanto à sua liberação de forças,segue um desenho representado por um gráfico carga / deflexão, que registra a quantidade de força acumulada para cada milímetro de deformação. Seguindo a clássica lei de Hooke29, se um fio for flexionado para incluir no arco um dente que está desnivelado, haverá maior carga acumulada, quanto maior a distância de deflexão. Logo, para cada milímetro de aumento da ativação, o fio acumulará proporcionalmente mais carga. Deste modo, com o uso do aço inoxidável, que se comporta desta maneira, quanto mais mau posicionadoestiver este dente, haverá maior dispersão de carga, obviamente repercutindo sobre os dentes adjacentes. Entretanto, há um limite para esta deflexão. Diante de uma deflexão exagerada, este fio não volta mais a sua forma original, ou seja, ocorrerá uma deformação permanente. Isto acontece porque a deflexão ultrapassou o limite elástico do fio, também chamado de limite de proporcionalidade.
Após este ponto o fio não responderá com a mesma dissipação de carga. Quando o fio recebe tensão antes de atingir o seu limite elástico, responderá voltando à sua forma original, e portanto estará na sua fase elástica. Após o limite elástico, passará para a fase plástica, porque passa a mudar sua forma sem retornar à original.
*Referência: www.dentalpress.com.br/cms/wp-content/uploads/2008/01/65.pdf
R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 6, n. 4, p. 103-114, jul./ago. 2001

DOLICOFACIAIS E CONTOLE VERTICAL- MORDIDA ABERTA

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DOLICOFACIAIS E CONTOLE VERTICAL- MORDIDA ABERTA

Em pacientes dolicofaciais, devido à morfologia e tendência de crescimento mandibular horário, é muito comum a ocorrência de mordidas abertas, o que é ditado pelo pouco crescimento do ramo mandibular, maior abertura do ângulo goníaco, crescimento alveolar acentuado da região posterior e altura facial ântero-inferior aumentada com supra erupção dos dentes posteriores superiores. Além disso, observa-se uma reduzida altura vertical dentoalveolar anterior com vistas a “compensar” um problema estrutural esquelético.
O tratamento de escolha nestes pacientes seria a intrusão dos dentes posteriores ou um controle vertical de modo que os dentes posteriores não extruíssem, piorando o padrão vertical e aumentado a mordida aberta anterior. Nestes pacientes, a correção desta sobremordida negativa está associada às extrações dentárias com a verticalização dos dentes anteriores, visto que a mesialização dos segmentos posteriores está associada à extrusão dentária compensatória com vistas à preservação da dimensão vertical de oclusão durante o seu movimento para mesial, não ocorrendo a esperada intrusão dos dentes posteriores, o que seria favorável à correção da mordida aberta.
O controle vertical nos dentes posteriores é realizado por meio de dispositivos extrabucais de tração alta, bem como qualquer dispositivo ortodôntico que impeça a extrusão dos dentes posteriores, como barra transpalatina, botão de Nance ou Bite Block.
Sugere-se que para cada milímetro de intrusão molar, aproximadamente 3mm de redução da mordida aberta é observada na região anterior.
Em alguns raros pacientes dolicofaciais, faz-se presente uma sobremordida profunda, apesar do padrão esquelético vertical. Nestes pacientes, a reversão da curva de Spee inferior e acentuação da curva superior, especialmente fora da fase de crescimento, com vistas à correção da mordida profunda, poderá acarretar a extrusão dos dentes posteriores superiores, com a conseqüente rotação horária mandibular, e abertura da mordida anterior. Assim, pode haver também uma piora da sobressaliência (overjet) pela retrusão do mento devido a esta mesma rotação mandibular. Ou seja, as extrusões dentárias posteriores são contra-indicadas em pacientes com excessiva altura facial inferior.
É improvável que os pacientes dolicofaciais, mesmo na fase de crescimento, tenham a capacidade de compensar esta extrusão dentária, pelo crescimento vertical do ramo mandibular, devido às características morfológicas intrínsecas de deficiência da altura facial ântero-posterior destes pacientes. O tratamento de escolha para estes pacientes deve priorizar a intrusão dos dentes anteriores ,de acordo com os padrões estéticos e funcionais de guia anterior, como a linha do sorriso em repouso em relação aos dentes superiores e o mínimo de desoclusão dos dentes posteriores durante as excursões protrusivas mandibulares compatíveis com a inclinação da eminência articular, e um controle excelente da extrusão dos dentes posteriores, para se evitar a extrusão dentária destes dentes.
Provavelmente em pacientes de ângulo médio (mesofaciais) que estejam em crescimento, poderia se utilizar o recurso biomecânico de reversão da curva de Spee inferior e acentuação da curva superior, visto que o crescimento vertical do ramo mandibular compensaria a extrusão dentária posterior.
 
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