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domingo, 29 de novembro de 2009

Diagnóstico de CLASSE III: Revisão de Literatura

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O diagnóstico em Ortodontia deve ser direcionado de acordo com a lista de problemas apresentados pelo paciente. A classificação de Angle, por ser simples e largamente conhecida pela comunidade odontológica, continua sendo amplamente utilizada. No entanto, devido às suas limitações,os aspectos verticais, transversos e até mesmo o perfil facial e problemas de espaço devem ser considerados para obtenção de um diagnóstico preciso,levando a uma correta conduta terapêutica. Durante anos, a Classe III esquelética e o prognatismo mandibular foram relacionados como sendo sinônimos, o que caracterizava a mandíbula como o componente ósseo diretamente envolvido no desenvolvimento da anomalia craniofacial. Hoje, sabe-se que vários tipos de padrões de combinação esquelética podem compor indivíduos com esta condição: o prognatismo mandibular, a retrusão maxilar ou a combinação de ambos podem ser a etiologia do problema. Alguns estudos demonstraram que, em média, 65% das más oclusões de Classe III estão associados a uma deficiência maxilar e que em 30% essa retrusão é devida a uma protrusão mandibular. Acreditava-se que a terapia ortodôntica para o tratamento da Classe III deveria se limitar a conter a protrusão mandibular e o aparelho eleito, normalmente, era a mentoneira. Sugawara et al., em 1990, verificaram que este aparelho produz um deslocamento maxilar para baixo e para frente, associado a um giro da mandíbula para baixo e para trás. No entanto, após o surto de crescimento, pacientes pertencentes ao grupo teste que utilizou mentoneira apresentaram resultados semelhantes aos do grupo controle. Mitani, Mitani e Furkazawa17, em 1986; Ritucci , Ritucci e Nanda, em 1986, e Sugawara, em 1990, concordaram que é praticamente impossível inibir o crescimento mandibular através da utilização da mentoneira, pois o potencial de crescimento inerente parece ter um papel mais decisivo. Em virtude disso, os ortodontistas evitavam, ao máximo, o tratamento precoce, por acreditarem que o prognatismo mandibular fosse a causa primária – e a impossibilidade do seu controle tornava o tratamento cirúrgico inevitável.O advento do conceito do envolvimento maxilar influenciou drasticamente a abordagem terapêutica, sendo impreterível o diagnóstico e o tratamento precoces. A má oclusão de Classe III decorrente de uma retrusão maxilar, ou mesmo de uma leve ou moderada protrusão mandibular, tem bom prognóstico frente ao tratamento precoce, que deve ser iniciado na dentadura decídua ou início da mista, antes do surto de crescimento puberal. Turpin29, em 1981, propôs um protocolo de orientação de acordo com características clínicas e cefalométricas que são positivas ou negativas a um tipo de tratamento precoce. As características positivas constituem: tipo facial convergente, deslocamento funcional ântero-posterior, crescimento condilar simétrico, paciente jovem (com crescimento remanescente), desarmonia esquelética média (ANB > -2), boa cooperação, ausência de prognatismo familiar e boa estética facial. Por outro lado, as características indicativas de negatividade são: tipo facial divergente, sem deslocamento ântero-posterior, crescimento assimétrico, crescimento finalizado, desarmonia esquelética severa (ANB < -2), pouca cooperação, padrão familiar estabelecido e estética facial pobre. O tratamento precoce atualmente preconizado compreende uma disjunção palatina prévia a uma protração da maxila. Capelozza Filho et al., em 2002, levantaram a hipótese de que o desarranjo criado nas relações entre a maxila e a mandíbula, com a expansão rápida da maxila e a tração da mesma, produz um incremento de crescimento maxilar significativo e um desajuste funcional que perturba a plena manifestação do crescimento mandibular. Haas (1961, apud NGAN, 1996) indicou a expansão rápida da maxila em indivíduos com má oclusão de Classe III cirúrgica e não-cirúrgica, com deficiência maxilar real ou relativa. Ressaltou que, com a expansão da maxila, ocorre uma separação da sutura mediana, com conseqüente deslocamento do ponto A para baixo e para frente. Ao se fazer a associação deste procedimento com a máscara facial, maior deslocamento pode ser obtido, poisa maxila apresenta-se mais suscetível à atuação de forças ortopédicas, pois ocorre também um efeito sobre as suturas maxilares. Viazis, em 1993, recomendou o uso do aparelho de disjunção palatal antes de iniciar a protração reversa da maxila, como uma forma de “desarticulá-la” e, com isso, facilitar o seu movimento para anterior. A dissociação sutural da maxila acaba produzindo um aumento da atividade celular das suturas circunmaxilares, acentuando a largura transversa da maxila e o efeito da protração do osso maxilar. Para este tratamento precoce, que é do tipo ortopédico, indica-se dois tipos de expansores palatinos: o aparelho de Haas adaptado para dentadura decídua e mista, pois este suporta e distribui equilibradamente as forças transmitidas pelo aparelho extrabucal; ou o aparelho Hyrax, que apresenta a mesma ação e eficácia que o Haas na região da sutura palatina, porém parece ser mais facilmente confeccionado, por se tratar de um aparelho pré-fabricado, diminuindo a hora laboratorial do profissional (este não possui a parte de apoio acrílico no palato, facilitando, assim, a higienização e impedindo o aparecimento de lesões nesta localidade, no decorrer das ativações). A ativação do parafuso expansor deve ser iniciada com ¾ de volta, para torná-lo um aparelho ortopédico, depois faz-se necessária uma ativação de ¼ de volta de dia e ¼ de volta à noite, até que a separação dos incisivos centrais superiores evidencie clinicamente a expansão maxilar. A partir disso, o parafuso expansor será ativado apenas ¼ de volta por dia. Quanto ao aparelho extrabucal, podemos utilizar o Sky-hook, preconizado por Hickhan em 1972 (mentoneira com ganchos verticais), ou a máscara facial, que pode ser a de Delaire (1971), Petit (1998) ou ainda a de Turley (1988). Optar por um ou outro aparelho dependerá das relações proporcionais verticais, pois a máscara facial produz maior componente vertical, incrementando a altura facial inferior. É importante citar que elásticos são colocados partindo de ganchos situados no aparelho expansor, que se encontram próximos dos caninos superiores, até os ganchos na máscara facial, promovendo uma tração para baixo e para frente da maxila. No que diz respeito às forças aplicadas, não existe unanimidade entre os autores, sendo que Oppenhein (1944) preconizou uma força de 110g para uso noturno, Nanda (1980) utilizou de 500 a 750g num período de 20 a 22 horas por dia, Turley (1988) adotou forças que variam de 150 a 600g nas 24 horas do dia, Mc- Namara (1987) prescreveu uma força de 450g durante 24 horas por dia e Hickham (1991) indicou que a protrusão maxilar requeria de 600 a 800g de força durante o dia todo. Mediante a protração da maxila, pode-se observar o movimento da maxila para frente e para baixo, giro da mandíbula no sentido horário, aumentodo 1/3 inferior da face, melhora do perfil, verticalização dos incisivos inferiores e aumento da inclinação vestibular dos incisivos superiores. Após esta etapa primária de tratamento, o indivíduo deve ser observado clínica e radiograficamente para uma reavaliação no grau de recolocação maxilar, no redirecionamento do crescimento mandibular e no estabelecimento das relações oclusais estáveis. A segunda fase do tratamento deve ser muito bem conduzida e um dos seus pontos principais é a avaliação quanto ao potencial de crescimento do paciente, devendo-se aguardar o término do surto puberal, com o objetivo de evitar recidiva durante ou após o tratamento. A ocorrência da recidiva pode dificultar o caso de maneira significativa, principalmente quando este envolve extrações. Este cuidado permite um planejamento adequado, que será realizado com camuflagem ou cirurgia ortognática, de acordo com a situação real do paciente ao término do crescimento. A segunda conduta é a montagem da aparatologia fixa e, nos casos favoráveis, é iniciado o tratamento ortodôntico, objetivando compensações dentárias que resultem na camuflagem da Classe III, evitando a cirurgia ortognática. Nos casos em que estes resultados sejam insatisfatórios, deve-se optar pelo preparo ortodôntico para a cirurgia, aguardando a época ideal para a realização deste procedimento, em torno de 18 anos para pacientes do gênero feminino e 21 para os do gênero masculino. Embora cronologicamente possa ser considerada longa, essa terapia é realizada em fases, concordando com a moderna filosofia ortodôntica de adequar, inicialmente, as bases ósseas e, posteriormente, realizar a Ortodontia corretiva, determinando uma relação custo-benefício positiva para o tratamento. Cabe lembrar aqui o papel dos aparelhos funcionais, os quais poderiam ser indicados para o tratamento da condição de Classe II na dentadura decídua e mista, porém não possuem a mesma aplicabilidade na má oclusão de Classe III, não sendo indicados no tratamento destes casos. Na terapia para tratamento da Classe III associada a uma deficiência maxilar, um tipo de aparelho muito utilizado na Ortopedia Facial é o Regulador Funcional de Fränkel III, ou simplesmente FR-3. O aparelho é composto por escudos vestibulares, que eliminam a pressão muscular, e amortecedores labiais superiores, com a finalidade de conter a ação dos músculos mastigatórios circundantes, que restringem o crescimento para frente da maxila e retraem os dentes superiores. A utilização do FR-3 em detrimento da terapia com a máscara facial é prejudicial em dois aspectos: o primeiro é que este aparelho funcional demora de 12 a 24 meses para produzir algumas das modificações atribuídas ao seu uso constante, enquanto a máscara facial corrige esta condição em apenas seis meses de emprego; o segundo aspecto é que, obviamente, o FR-3 tem um efeito muito maior sobre os tecidos moles associados à maxila do que propriamente um efeito esquelético, como o encontrado na máscara facial. Portanto, sua indicação não é para correção e sim como uma terapia iniciadora na dentadura decídua ou, ainda, como contenção de uso noturno pós-terapia com a máscara ortopédica facia. Outros aparelhos, tais como o Bionator de Balters e o Arco de Escheler ou Progenie, quando empregados no tratamento da Classe III, única e exclusivamente na dentadura decídua, produzem a retroinclinação dos incisivos inferiores e a vestibularização dos incisivos superiores,introduzindo um elemento de camuflagem dentária para uma discrepância esquelética. Pode-se,também, notar uma melhora na posição espacial da mandíbula (movimento para baixo e para trás). Em relação à maxila, o que ocorre é uma liberação para o seu crescimento e não uma protração ou avanço desta. ***Referencia Bibliográfica:
Miguel, J. A. M.; Canavarro, C.; Ferreira, J. P. M.; Brunharo, I. H. P.; Almeida, M. A. O.Diagnóstico de má oclusão de Classe III por alunos de graduação.R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 13, n. 6, p. 118-127, nov./dez. 2008

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

TWIN BLOCK

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

Sabe-se que o aparelho Twin Block é considerado dento-suportado e, portanto, pode-se esperar um efeito dentoalveolar como resposta ao tratamento.
No primeiro estágio de seu desenvolvimento, o Twin Block foi concebido como um aparelho removível simples, com blocos de mordida que colocavam a mandíbula para frente, visando conseguir correção funcional de uma má oclusão de Classe II, divisão 1.
O tratamento da má oclusão de Classe III de Angle é conseguido invertendo-se os
planos oclusais inclinados, para aplicar um componente de força para adiante no arco superior,
além de forçar a mandíbula para trás. O aparelho também possui um parafuso sagital para avançar os incisivos superiores. O Twin Block para correção de má oclusão de Classe II é constituído de dois blocos de mordida, um superior e outro inferior, com planos inclinados
em 70°. Os dois blocos são desenhados para engrenarem-se de modo que a mandíbula ocupe
uma posição mais protruída. Os blocos de mordida superior e inferior possuem características particulares. Quando for utilizado parafuso expansor mediano no bloco inferior, o acrílico deve ser estendido até a região lingual dos molares durante a ativação do mesmo. Após o término da ativação, o acrílico pode ser removido,
permitindo uma erupção passiva (dentição mista) ou ativa (dentição permanente) dos molares inferiores.
REFERENCIA:

OLIBONE, v. l. l.; GUIMARÃES, A. S.; ATTA, J. Y.
Influência do aparelho propulsor Twin Block no crescimento mandibular: revisão sistemática da literatura.
R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 1, p. 19-27, jan./fev. 2006.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CRESCIMENTO CRANIOFACIAL X TRATAMENTO ORTOPÉDICO

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APLICABILIDADE DO CRESCIMENTO CRANIOFACIAL NO TRATAMENTO ORTOPÉDICO
Sabe-se que a ossificação presente na maxila é de origem intramembranosa, com crescimento nas suturas , chamado de crescimento sutural. Esse tipo de osso responde a estímulos de pressão e tração , ou seja, quando há necessidadde de conter crescimento faz-se pressão para impedir formção de ossonos lados da sutura. por outro lado, quando há necessidade de produzir crescimento, faz-se uma distenção-TRAÇÃO-para que as suturas se separem e haja formação de osso, estimulando o crescimento. Isso é importante quando se faz protração de maxila em classe III, por exemplo, quando se protrai a maxila há formação de osso naquele espaço das suturas onde a maxila se articula, promovendo crescimento. Esses aparelhos exercem uma atividadde mecânica por estimularem crescimento por pressão e tração. Assim, é dito se tratar de Ortopedia Mecânica, por que trabalha atuando forças diretamente nas estruturas- suturas.
Já na mandíbula, apesar de existirem os dois tipos de ossificação, o principal é a ossificação endocondral- RESPONDE A ESTÍMULO MUSCULAR-, presente na cartilagem do Côndilo que é responsável pelo crescimento. na mandíbula aplica-se a Ortopedia Funcional porque trabalha atuando sobre as funções bucais, orientando-as através do trabalho muscular para que as funções que estejam causando algum problema passem a ajudar no desenvolvimento correto dos dentes e da face. É um trabalho executado pela musculatura. Os aparelhos ortopédicos precisam ser miodinâmicos para estimular crescimento. Em vista do fato de que a função exerce a matriz funcional, na mandíbula a matriz funcional principal seria a mastigação, ou os movimentos mastigatórios. Lembrando que a lateralidade será responsável pelo maior crescimento da mandíbula, nos caso de retrognatismo, porque produzirá estimulo suficiente no côndilo para aposição óssea. Quando ocorre distensão, pela lateralidade, o músculo produz distensão do ligamento e puxa a cartilagem, aquele espaço da cartilagem distendida é substituída por osso na ossificação endocondral e ocorre crescimento. Isso ocorre quando se usa, por exemplo, um aparelho para avanço. Pela nova posição de mordida, a mandíbula se encontra a frente da posição antes do aparelho, assim, o côndilo se encontra distendido e o espaço entre a nova posição e a antiga é preenchida por osso.


REFERÊNCIA:
  • OLIBONE, V. L. L.; GUIMARÃES, A. S.; ATTA, J. Y.
    Influência do aparelho propulsor Twin Block no crescimento mandibular: revisão sistemática da literatura. R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 11, n. 1, p. 19-27, jan./fev. 2006.

MORDIDA CONSTRUTIVA

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O passo mais crítico na construção do aparelho ortopédico facial é o registro da mordida
construtiva. É ela que determina a quantidade de deslocamento mandibular vertical e horizontal
e, portanto, o grau e a direção de ativação do aparelho. A mordida é registrada determinando-se
primeiramente a posição fisiológica de repouso da mandíbula e a partir daí a mesma é deslocada verticalmente de 1 a 4mm e horizontalmente de 5 a 8mm. O deslocamento vertical é usado para que o aparelho seja mantido em posição pelos músculos elevadores da mandíbula, distendidos pelo aparelho que, evitando o retorno da mandíbula à sua posição inicial, transfere a força para a maxila, que se transforma em unidade de ancoragem. As linhas medianas superior e
inferior devem alinhar-se na colocação para frente da mandíbula, no mesmo relacionamento da oclusão habitual. Se as linhas medianas não coincidem, deve-se determinar onde está o desvio, se na maxila ou na mandíbula.


CRESCIMENTO MANDIBULAR

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CRESCIMENTO MANDIBULAR

A mandíbula é classificada como um osso ímpar, apresentando como característica marcante o fato de ser o único osso móvel da face. Ela é considerada um osso longo de formato tubular, COMO SE tivesse sido dobrado no formato de uma ferradura, apresentando regiões especiais para inserção muscular e um processo para a fixação dentária. Em suas extremidades estariam localizados os côndilos, correspondentes aos centros de crescimento epifisário endocondral. Ao nascimento, uma fina linha de fibro-cartilagem divide a mandíbula na linha média, na sínfise mentoniana, em duas metades, direita e esquerda. No período entre quatro meses até o final do primeiro ano, esta cartilagem sinfisária é totalmente substituída por osso, fundindo suas porções em uma única unidade. **A cartilagem condilar é um centro de crescimento craniofacial e por conta disto, a morfologia da articulação temporomandibular (ATM) se torna um fator de interferência no processo de desenvolvimento do complexo craniofacial, onde qualquer alteração resultará na aceleração da maturação, principalmente nas áreas de compressão da cartilagem. O crescimento da cartilagem condilar mandibular é mais influenciado por fatores extrínsecos do que intrínsecos, diferentemente da cartilagem da epífise em ossos longos (Behrents, 1993).O crescimento da cartilagem condilar ocorre por aposição, incorporação de células condrogênicas à superfície da cartilagem; e crescimento intersticial, mitose de crondrócitos. No côndilo mandibular, os condrócitos se posicionam aleatoriamente distribuídos, conferindo ao côndilo a possibilidade de modificar a sua forma e adaptar-se conforme as solicitações funcionais. Durante o processo de envelhecimento esta cartilagem vai gradualmente diminuindo a sua espessura e atividade celular (Simões, 2003). Entretanto, o côndilo mandibular mantém em sua superfície uma camada de células mesenquimais indiferenciadas durante a fase adulta (Katchburian, 2004). O côndilo mandibular aumenta com o disco articular e fossa glenóide, envolvendo a formação de osso intramembranoso e endocondral, por crescimento aposicional , com algum intersticial, e diferenciação de cartilagem. A fossa glenóide cresce por relocação remodeladora anterior e desenvolvimento do tubérculo temporal (Dibbets, 1993). *A cartilagem hialina dos côndilos é responsabilizada pelo aumento em espessura, através de crescimento intersticial, juntamente com um crescimento aposicional. O crescimento desta cartilagem poderia ser classificado em duas fases de crescimento. Inicialmente, um crescimento em direção posterior e para fora fez-se notar, para promover a acomodação da lâmina dental em crescimento e dos germes dentários. Pouco depois, o crescimento ocorreu não somente nas duas primeiras direções, mas também em direção superior, provocando um deslocamento da mandíbula para frente e para baixo, incrementando a distância entre as maxilas e a mandíbula, de forma a providenciar o espaço necessário para o crescimento vertical do processo alveolar e posterior irrupção dos dentes. Durante o primeiro ano de vida, o crescimento tendeu a ser generalizado, ocorrendo nos rebordos alveolares, superfícies posteriores dos ramos ascendentes, côndilos e superfícies laterais de mandíbula. Após o primeiro ano, este crescimento tornou-se mais seletivo, ocorrendo em regiões específicas.TULLEY (1960) considerou a mandíbula como um osso longo com dois processos musculares e um processo dental. Os sítios de crescimento ativo foram descritos como as áreas de crescimento condilar através dos crescimentos aposicional e intersticial, impulsionando a mandíbula para baixo e para frente.ENLOW (1981, 1982) citou a tuberosidade lingual que apresentou grande atuação por localizar-se no limite entre as duas partes básicas de mandíbula: o ramo e o corpo. Ela cresceu em direção posterior e medial, como também pelo lado lingual do ramo, por aposição nas superfícies posteriores e nas porções internas das tuberosidades e ramos ascendentes, concomitantemente, fez-se uma reabsorção na região da fossa lingual e bordo anterior do ramo.O crescimento condilar apresentou um mecanismo de crescimento endocondral, somente nas porções articulares do côndilo, que cresceu através de um processo proliferativo em direção póstero-superior. Os lados bucal e lingual do colo dos côndilos foram, caracteristicamente, superfícies de reabsorção causando o estreitamento da mesma, definindo-a em relação aos côndilos.PROFFIT (1986), pensando sobre o crescimento mandibular, disse que o crescimento médio do ramo seria de 1,0 a 2,0 mm em altura, e o do corpo mandibular seria de 2,0 a 3,0 mm, em comprimento, por ano, até a puberdade.O padrão de rotação mandibular influenciou também a magnitude de irrupção dentária, adireção de irrupção, e, em última análise, a posição ântero-posterior dos incisivos. A rotação mandibular para cima e para frente alterou a direção de irrupção dos dentes inferiores, direcionando-os mais verticalmente, e causando a diminuição do perímetro do arco. Associou, assim, o maior grau de rotação interna da mandíbula em relação às maxilas com a diminuição do perímetro do arco mais acentuada na mandíbula do que nas maxilas, devido à rotação interna.

**REFERÊNCIAS*


  • adaptado de: EFEITO DO ESTÍMULO BIOMECÂNICO NO CRESCIMENTO DA MANDÍBULA, DO CÔNDILO E DO DISCO ARTICULAR EM CAMUNDONGOS JOVENS E IDOSOS -MARIA LUISA TAGLIARO- Tese apresentada como requisito para aobtenção do grau de Doutor, pelo Programa dePós-graduação em Gerontologia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

  • Behrents, R. Crescimento facial adulto. In: Enlow D. Crescimento facial. 3ª ed., São Paulo: Editora Artes Médicas Ltda., 1993. Cap. 16, p. 409-29.

  • Dibbets, J. Introdução à articulação temporomandibular. In: Enlow D. Crescimento facial. 3ª ed., São Paulo: Editora Artes Médicas Ltda., 1993. Cap. 4, p. 145-54.

  • Katchburian, E. A., Arana, V. Articulação temporomandibular. In: Histologia e embriologia oral. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2004. Cap.11, p. 349-364.

  • Simões, W. Crescimento e ATM. In: Maciel NM e cols. ATM e dores craniofaciais. 1ª ed. São Paulo: Livraria Editora Santos Ltda., 2003. p. 7-17.

  • ** adaptado de:NOÇÕES BÁSICAS DE CRESCIMENTO MANDIBULAR- Equipe da Disciplina de Oclusão da FO da UERJ e Colaboradores in:www.oclusao.com.br/apostilas/pdf/crescim.pdf

Crescimento Vertical da maxila e Tratamento ortopédico

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Crescimento Vertical da maxila e Tratamento ortopédico

A maxila apresenta ossificação intramembranosa, ou seja , o crescimento ocorre nas suturas onde há osso de origem intramembranosa. Isto significa que a aposição óssea, responsável pelo crescimento, acontece nessa região de suturas. Esse osso intramembranoso responde às forças de pressão/ tração. Se houver deficiência de crescimento e precisar estimular, esse estímulo é feito através de tração das suturas. Separando-se as suturas ocorrerá aposição óssea e conseqüente crescimento. O inverso também é verdadeiro. Comprimindo-se as suturas, com pressão, evita-se o crescimento, nos casos de crescimento exagerado. Assim sendo, um crescimento de maxila muito vertical precisa ser controlado impedindo esse crescimento sutural. Como fazer? Para restringir o crescimento vertical há necessidade de aplicar uma força de pressão, no qual a sutura vai responder com o não crescimento. Este é o princípio do tratamento com o uso do Bionator de Balters para o controle do crescimento vertical da maxila. Por ele ter um bloco de mordida, a mandíbula exerce uma força contra a maxila e por conseqüência contra as suturas responsáveis pelo deslocamento vertical. Com isso realiza-se pressão nas suturas que impede aposição óssea nestes locais, impedindo o crescimento. Esse bloco de mordia não permite os movimentos mandibulares normais, como lateralidade, abertura, protrusão, assim concentrando toda a força da mandíbula contra a maxila.
CARELS e VAN DER LINDEN 20 afirmaram que, com o uso do Bionator, tem-se uma influência tanto no complexo nasomaxilar como na mandíbula, no sentido sagital e vertical. Toda vez que o paciente usa o aparelho, uma força generalizada age no sentido anterior e inferior, na mandíbula;
e posterior e superior, no complexo maxilar.

Referência Bibliográfica:
1. CARELS, C.; VAN DER LINDEN, P.M.G. Concepts
on functional appliances mode of action.
Am J Orthod Dentofacial Orthop, v.92,
n.2, p.162-168, aug. 1987.
2. Cristina Ortolani-Faltin, Kurt Faltin Junior.Bionator de Balters.Revista Dental Press de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.3, Nº 6 - NOV./DEZ. 1998

ELÁSTICOS DE CLASSE I

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São aplicados a dentes em um mesmo arco dentário e, por isso, são chamados de elásticos intramaxilares. Sua indicação é no fechamento de espaços, retração de dentes, correção de giroversões ou como auxiliares em diferentes mecânicas
ortodônticas.
A correção de giroversões pode ser feita com a utilização de botões colados na face vestibular e lingual do dente girado, bem como nos dentes vizinhos, associada ao uso de elásticos, formando um binário de forças para essa correção.
Outra utilização dos elásticos é como coadjuvante de diferentes mecânicas ortodônticas. Na técnica segmentada de retração e intrusão simultânea de incisivos, o elástico é utilizado para criar uma força de distalização dos dentes ântero-superiores. Concomitantemente a essa força, a alça de intrusão gera uma força intrusiva.
Além disso, o tracionamento de dentes inclusos com o auxílio de elásticos associados à placa de acrílico removível ou aparelhos fixos apresenta-se muito favorável e de grande aplicação clínica. Quando se utilizam aparelhos removíveis, Cabrera et al.1
indicam uma força de 100-150g, com a vantagem da utilização de ancoragem dentomucosuportada.
REFERÊNCIA bIBLIOGRÁFICA:
1. CABRERA, M. C. et al. Elásticos em Ortodontia: comportamento e aplicação clínica. R Dental Press Ortodon Ortop facial, Maringá, v. 8, n. 1, p. 115-129, 2003.
2. Lívia B. Loriato, André Wilson Machado, Wellington Pacheco.Considerações clínicas e biomecânicas de elásticos em Ortodontia.R Clin Ortodon Dental Press, Maringá, v. 5, n. 1 - fev./mar. 2006.
 
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