Ajuste Oclusal
O ajuste oclusal (coronoplastia) é o estabelecimento de força oclusal fisiológica, pela reformulação dos dentes através de desgaste seletivo12.
As regras fundamentais para realizar o ajuste oclusal são12:
1. Minimizar a força lateral;
2. Não permitir alterações da dimensão vertical; e
3. Preparar um contorno dental adequado para estabelecer eficiência mastigatória ótima.
O ajuste oclusal realizado de 6 meses a 1 ano após o término das correções, possibilita, entre outros aspectos, a eliminação de interferências durante os movimentos funcionais da mandíbula, e o aumento do número de contatos na oclusão de relação cêntrica.Roth (1973) também adota o ajuste oclusal como método de refinamento dos resultados ortodônticos,porém, não de forma rotineira, pois, trata-se de um procedimento que exige muita precisão e consumo de tempo, devendo ser reservado apenas para os casos nos quais o tratamento ortodôntico não tenha
alcançado um resultado idea. É importante ressaltar que o ajuste oclusal, após o tratamento ortodôntico, é preconizado para o refinamento da oclusão e não para a solução de uma ortodontia má conduzida.É indicado aguardar no mínimo 3 meses, após a remoção do aparelho ortodôntico, para fazer o ajuste oclusal, e um refinamento do ajuste após 6 meses da remoção. É sugerido ainda que o ajuste deva ser checado 1 ano após para avaliar sua efetividade e estabilidade. Sobre a liberação do aparelho de
contenção, é indicada uma nova conferência da oclusão nesta data, 3 meses, 6 meses e 1 ano após, refinando-a sempre que for necessário, melhorando ou mantendo sua estabilidade. Outros autores, no entanto, afirmam que pode ser uma decisão prematura iniciar o equilíbrio oclusal antes de um ano, a não ser que as interferências sejam severas. Esta afirmação é baseada nos achados de que os dentes continuam a se acomodar por um a dois anos após o término do tratamento ortodôntico. A avaliação de casos com modelos montados em articulador após aproximadamente um ano após o
tratamento ortodôntico permitiriam que esta acomodação ocorresse. Riedel (1969) afirma o seguinte: “Temos sido mais conservadores ao tentar conseguir um equilíbrio oclusal após o tratamento ortodôntico, adotando a remoção de interferências na relação cêntrica e eliminando as interferências do chamado ‘lado de balanceamento’ durante a função. Não julgamos recomendável a tentetiva de se conseguir um balanceamento funcional perfeito logo após o tratamento ortodôntico. É nossa
impressão de que haverão outros fatores além das cargas funcionais que contribuirão para a ocorrência de modificações após o tratamento”.
O equilíbrio oclusal pode ter um papel de sistema de prevenção e manutenção do tratamento ortodôntico. O equilíbrio pós ortodontia deve ser realizado quando o tratamento ortodôntico não puder ser terminado quando o crescimento esteja completado. Durante o crescimento o relacionamento oclusal torna-se instável
podendo alterar o equilíbrio oclusal.
Ajuste Oclusal – Cuidados
A literatura é rica nos pontos de vista no que diz respeito às vantagens e desvantagens do ajuste oclusal.Muitos problemas com ajuste oclusais são fundamentais. Eles envolvem a falta de um contexto biológico e a falta de entendimento dos princípios da técnica. Ajustes oclusais defeituosos podem resultar numa fragmentação subjetiva, geralmente pela falta de um consentimento de informação e também devido a um rápido início de ajuste intraoral sem trazer benefícios à
mastigação. O chamado ponto de ranger, sem consideração da total função maxilomandibular, é a causa mais comum de problemas envolvendo ajustes oclusais defeituosos. Porque os ajustes dentários localizados são íntegros em muitos casos periodontais, os clínicos devem tomar cuidado em revisar as consequências em potencial desses ajustes. Ironicamente, uma complicação significante de ajuste oclusal incompleto é que as discrepâncias oclusais podem aumentar, porém sujeitando os dentes anteriores a um trauma de oclusão.A complicação mais alarmante da terapia oclusal é o problema do senso oclusal positivo em “mordida fantasma”. O reconhecimento desta definição é importante, porque os ajustes oclusais só pioram o
problema. Um correto manejo dental desses casos evita o auxílio dos pacientes que têm um conceito exagerado de que alguma coisa está mecanicamente errada em sua mastigação. A “mordida fantasma” deverá ser suspeitada em casos de falta de resposta a um procedimento apropriado de ajuste oclusal.Ajustes oclusais repetitivos na dentição num paciente ansioso são contra-indicados.
Ajuste Olcusal – Algumas regras básicas
Durante o tratamento ortodôntico pode ser necessário realizar algum ajuste oclusal. Este ajuste deve seguir as mesmas regras básicas de um ajuste oclusal completo.
Regras gerais:
Deve-se proteger sempre a Cúspide de Contenção Cêntrica (Cúspide palatinas superiores e
cúspides vestibulares inferiores).
Cada 1 mm de desgaste (diminuição da dimensão vertical) na região dos molares
corresponde a 3 mm na região dos incisivos.
Ajuste em Relação Cêntrica:
Deve-se tomar os devidos cuidados quanto ao sistema neuro-protetivo e quanto à “mordida fantasma”.
Se o ponto prematuro é entre: Deve-se:
Cúspide X Fossa Aprofundar a fossa
Cúspide X Crista marginal Desgastar a crista marginal
Cúspide X Vertente Desgastar a vertente
Vertente X Vertente Desgastar a mais convexa
Casos atípicos (dentes extruídos, etc.) Avaliar a melhor opção para evitar exposição
de dentina.
Ajuste em movimentos de lateralidade:
Avaliar colocando uma tira de papel selofane entre os dentes. Ao final do movimento o papel deve estar
solto.
Marcar os pontos de cêntrica de cor diferente dos contatos em lateralidade, de modo a poder identificar e
desgastar os contatos em lateralidade sem alterar os de cêntrica.
Os locais mais prováveis de se encontrar contatos prematuros em lateralidade são:
Se o ponto prematuro é entre: Deve-se:
Lado de trabalho:
Vertente Palatina da Cúspide Vestibular Superior
X
Vertente Vestibular da Cúspide Vestibular Inferior
Desgastar a primeira (Vertente Palatina
da Cúspide Vestibular Superior, cúspide
de não trabalho)
Vertente Palatina da Cúspide Palatina Superior
X
Vertente Vestibular da Cúspide Lingual Inferior
Desgastar a segunda (Vertente
Vestibular da Cúspide de não trabalho
inferior)
Lado de balanceio:
Vertente Vestibular da Cúspide Palatina Superior
X
Vertente Lingual da Cúspide Vestibular Inferior
Desgastar a mais convexa
Ajuste em movimento protrusivo:
Em caso de contato muito forte em incisivos, é aceitável desgastar a concavidade palatina do incisivo
superior ou a incisal do inferior. Após este procedimento é necessário reavaliar os contatos nas vertentes
*Referência:Importância da Oclusão no Tratamento Ortodôntico Dr. Lacy Lima Amorim
(Maio de 2004)
mmm
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
Ajuste Oclusal no tratamento Ortodôntico
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Ajuste Oclusal no tratamento Ortodôntico
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quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Gengivas e colesterol ruim
Um estudo, publicado no Journal of Periodontology, revela que a periodontite – inflamação nos tecidos moles em torno dos dentes que pode afetar gengivas, ossos e ligamentos – aumenta em até quatro vezes a possibilidade de os pacientes com a doença apresentarem níveis patológicos de triglicérides quando comparados a pacientes sem periodontite.
De acordo com o artigo, atualmente a doença periodontal tem sido associada a diversas patologias de natureza sistêmica, entre elas diabetes, doenças cardiovasculares, infecções pulmonares e partos de prematuros.
Trata-se de uma doença inflamatória e infecciosa produzida por bactérias gram-negativas presentes no biofilme dental que afetam o periodonto, isto é, os tecidos envolvidos na fixação do dente ao ossos. “Caracteriza-se por intensa infiltração inflamatória que causa perda progressiva da inserção conjuntiva e pode ocorrer em indivíduos saudáveis de qualquer idade”.
De acordo com Antônio Martins Figueiredo Neto, um dos autores do artigo, a pesquisa detectou uma forte correlação entre a doença periodontal e a aterosclerose. A doença aumenta a quantidade de lipoproteína de baixa densidade (LDL, na sigla em inglês), conhecida como “colesterol ruim”.
“Nossos resultados indicaram claramente que pacientes com periodontite crônica possuem altos níveis de LDL modificada, a grande vilã no desenvolvimento da aterosclerose, quando comparados com pacientes sãos. Após o tratamento periodontal, o nível de LDL modificada no plasma diminuiu”, disse Figueiredo Neto à Agência FAPESP.
Figueiredo Neto, que é professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), coordena dois projetos temáticos financiados pela FAPESP: “Fluidos complexos: cristais líquidos, coloides magnéticos e fluidos de interesse biológico e elastômeros” e “Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fuidos Complexos (INCT-FCx)”, este último em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
“Em ambos os projetos temáticos o objeto de estudo são os fluidos complexos. Dentre eles destaco os cristais líquidos e os coloides magnéticos (ou ferrofluidos)”, disse.
O trabalho publicado, segundo o pesquisador, envolveu um esforço multidisciplinar com a participação de físicos, imunologistas, odontólogos e matemáticos de várias universidades como a USP, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“Não há dúvida de que em muitos problemas, em particular aqueles ligados à saúde e à ciência dos materiais, essa abordagem multidisciplinar é fundamental e propiciará saltos de qualidade até então não vislumbrados”, disse.
No Brasil, segundo ele, a pesquisa multidisciplinar no nível da que é desenvolvida no INCT-FCx ainda é muito incipiente. “Isso se explica parcialmente pela barreira existente entre os pesquisadores das diferentes ciências da natureza. Em muitos casos a linguagem e a abordagem dos problemas parecem ser muito diferentes. Entretanto, após vencer essa barreira notamos que há um ganho específico enorme para todos os pesquisadores envolvidos”, disse.
Nova técnica
Cerca de 40 pacientes com periodontite crônica participaram da pesquisa. Esses pacientes foram tratados e avaliados durante 12 meses. Para o estudo, os pesquisadores aplicaram uma nova técnica, a Varredura-Z, para a dosagem da quantidade de LDL modificada no plasma.
De acordo com Figueiredo Neto, a Varredura-Z é uma técnica de óptica não-linear. É comumente utilizada no estudo de materiais e o grupo de pesquisa a empregava para estudar propriedades de cristais líquidos e coloides magnéticos.
“Quando eu vi a estrutura de uma LDL notei que se assemelhava muito às micelas de cristais líquidos que estudávamos há mais de duas décadas. A partir daí veio a ideia de utilizar nossa técnica para investigar a assinatura não-linear da LDL e da LDL modificada. A surpresa veio quando verificamos que eram muito diferentes, possibilitando a sua identificação e quantificação”, explicou.
O cientista afirmou ainda que até hoje se utiliza apenas a quantidade de nível plasmático de LDL, sem detecção da quantidade de LDL modificada para avaliar o risco de desenvolvimento da aterosclerose.
“Apesar da sua má fama, a LDL é a lipoproteína mais abundante no plasma e a principal transportadora de colesterol para as células. É, portanto, essencial ao metabolismo celular”, disse.
De acordo com o estudo, os resultados mostraram que o nível plasmático da lipoproteína de alta densidade (HDL, na sigla em inglês), conhecida coloquialmente como “colesterol bom”, foi menor nos pacientes com periodontite.
E esses pacientes são portadores de um maior número de LDL modificadas quando comparados com os que não têm periodontite. Os resultados de Varredura-Z indicaram que a concentração de LDL modificada nos pacientes após o tratamento periodontal reduziu significativamente em comparação à dosagem determinada antes do tratamento.
Segundo o pesquisador, no momento o grupo investe em “várias frentes”. Estamos verificando a assinatura óptica não-linear de LDLs provenientes de diferentes indivíduos com diferentes fenótipos e grupos de risco. Por outro lado estamos pesquisando a origem dessa assinatura óptica do ponto de vista teórico. Essa compreensão ainda não está completa”, conta.
O artigo publicado no Journal of Periodontology sobre periodontite foi o primeiro. Mas o grupo já publicou outros trabalhos em revistas internacionais sobre o tema da LDL e a técnica de Varredura-Z.
Para ler o artigo Cardiovascular disease Parameters in Periodontitis, de Antonio Figueiredo Neto, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP),
Tratamento Ortodôntico em Adultos - Parte I
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Tratamento Ortodôntico em Adultos - Parte I
INTRODUÇÃO
O número de pacientes adultos que procuram o tratamento ortodôntico tem sido cada vez maior. As pesquisas do início da década de 90 mostraram que a porcentagem de pacientes adultos nos consultórios especializados em Ortodontia era de 30% e estimava-se um aumento dessa porcentagem para o final da década. Este aumento na demanda é uma conseqüência de 4 fatores: o primeiro deles é a utilização de medidas
preventivas na Odontologia, permitindo ao paciente atingir a idade adulta com um
número maior de dentes na boca o segundo fator é o aumento da exigência
estética da sociedade; o terceiro consiste no maior acesso à informação pela população, o que facilita ao paciente adulto saber que o tratamento ortodôntico é um recurso acessível, que pode ser utilizado para melhorar a aparência de seus
dentes ou até mesmo de sua face30, e o quarto fator é a modernização dos
aparelhos ortodônticos, mais estéticos e confortáveis. A maioria dos estudos considera como adulto o paciente acima de 18 anos de idade, no qual o crescimento formativo já está completo e a manipulação do mesmo através da terapia ortopédica não apresenta resultados satisfatórios. Além desta ausência de crescimento, o paciente adulto apresenta considerações especiais quando comparado aos jovens e crianças nas suas características psicossomáticas, periodontais, quanto à presença de interferências oclusais e alterações no sistema articular têmporo-mandibular.
Nos pacientes adultos, entretanto, os objetivos são eliminar a queixa do paciente e estabelecer uma oclusão fisiológica em áreas nas quais estejam ocorrendo desgastes de dentes, problemas pulpares ou periodontais e danos articulares decorrentes de relações oclusais patológicas30. Para atingir tais objetivos, geralmente optamos pelo
tratamento ortodôntico parcial que incorre em menores danos aos dentes e estruturas de suporte, apresenta um tempo de tratamento reduzido e resulta em maior estabilidade. As exceções são os casos com discrepâncias esqueléticas que necessitam
de tratamento combinado ortodôntico-cirúrgico.Um dos recursos utilizados no
tratamento parcial para a obtenção de espaço é o desgaste de dentes anteriores.
Este procedimento substitui,em muitos casos, a exodontia de dentes permanentes, permitindo a eliminação do apinhamento e da protrusão dentária por meio de um
tratamento rápido e localizado à área que necessita de correção, perpetuando o equilíbrio de áreas oclusais onde a estética e a oclusão sejam satisfatórias.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Movimentos Dentários
MOVIMENTO DE INCLINAÇÃO
Parece claro que o nível de força ótimo para o movimento dentário tem que ser alto o bastante para estimular atividade celular, sem ocluir completamente os vasos sanguíneos do ligamento periodontal. Tanto a quantidade de força liberada em um dente, quanto a área do ligamento sobre a qual a pressão será distribuída , são importantes para determinar o efeito biológico. A resposta do ligamento é determinada não somente pela força, mas também pela pressão por unidade de área. Já a distribuição das forças no ligamento periodontal e, subsequentemente a pressão, diferem nos vários tipos de movimento dentário, tornando-se necessário especificar o tipo de movimento, tanto quanto a quantidade de força para proporcionar níveis de pressão ótimos para os objetivos ortodônticos.
Langlade admite que as condições mecânicas de nossos dispositivos ortodônticos são, às vezes, capazes de aumentar consideravelmente a força aplicada. É assim que as forças qualificadas como leves podem impor ao dente uma pressão extremamente elevada, com muito mais danos que as forças chamadas pesadas. Daí a necessidade do profissional conhecer bem a biomecânica dos sistemas ortodônticos, propostos ao longo de nossos tratamentos, efetuando diversos movimentos dentários, cada um podendo ser descrito a partir de um centro de referência.
INCLINAÇÃO
Segundo Reitan o movimento de inclinação pode ser considerado como o movimento dentário mais seguro e biológico. Isto se deve, principalmente, ao fato do movimento fisiológico dos dentes ocorrer em forma de inclinação. Durante o tratamento ortodôntico, um dente pode ser inclinado com certas variações em direção vestibulo-lingual ou mesio-distal. O resultado característico de uma inclinação é quase sempre a formação de uma zona hialinizada ligeiramente abaixo da crista alveolar.
De acordo com Proffit, movimentos de inclinação são produzidos quando uma força simples (p. ex., uma mola estendida de um aparelho removível) é aplicada contra a coroa de um dente. Quando isto é feito, o dente gira em torno de seu centro de resistência em um ponto localizado aproximadamente no terço apical da raiz (figura 10). Quando o dente gira desta forma, o ligamento periodontal é comprimido próximo ao ápice do mesmo lado da mola e da crista alveolar do lado oposto à mola. Pressão máxima do ligamento é criada na crista alveolar e no ápice. Progressivamente, menos pressão é criada próximo ao centro de resistência.
Forças utilizadas para inclinar dentes devem ser bastante baixas. Tanto os experimento em animais quanto os experimentos clínicos em humanos, sugerem que as forças de inclinação não deveriam exceder 50 g.
TRANSLAÇÃO
Burstone e Norton definem o movimento de translação como uma força distribuida de forma relativamente uniforme ao longo da superfície radicular. O centro de rotação, no movimento de translação, está no infinito. Pode-se demonstrar que uma única força, agindo através do centro de resistência do dente, produz uma translação pura do mesmo.
Clinicamente Proffit acha necessário a aplicação de duas forças simultaneamente sobre a coroa de um dente para se conseguir o movimento de translado. Desta forma, a coroa e o ápice radicular movem-se na mesma direção e quantidade, comprimindo o ligamento periodontal uniformemente. Torna-se claro que, para produzir a mesma pressão em todo o ligamento e, portanto, a mesma resposta biológica, o dobro da força deve ser necessário para o movimento de corpo, em relação ao movimento de inclinação .
Segundo Reitan a hialinização, durante o movimento de translação inicial, ocorre em grande parte por fatores mecânicos. Clinicamente observa-se que não existe translação sem o movimento de inclinação logo após o início do movimento ortodôntico.
ROTAÇÃO
De acordo com Proffit, forças para produzir rotação de um dente em torno de seu longo eixo poderiam ser maiores do que aquelas para produzir outro tipo de movimento dentário, já que a força pode ser distribuida por todo o ligamento, em vez de uma faixa estreitamente vertical. No entanto, é essencialmente impossível aplicar uma força rotacional de forma que o dente não incline em seu alvéolo e, quando isto acontece, uma área de compressão é criada como em qualquer outro movimento de inclinação. Devido a isto, forças adequadas para rotação são similares àquelas de inclinação.
Langlade afirma que quando se trata de um dente monorradicular, cuja raiz possui uma forma arredondada em cortes transversais, o ligamento periodontal recebe uma distribuição bastante satisfatória. Todas as fibras periodontais estão sujeitas às forças de rotação, por unidade de superfície, de maneira proporcional. Mas, a maioria dos dentes tem raízes ovais ou múltiplas; nestes casos, zonas de contração fazem surgir pressões mais significativas, podendo enfraquecer os ângulos. Quase sempre produz-se uma absorção marginal sem gravidade, com uma participação muito pequena do osso adjacente neste deslocamento.
A correção de um dente em posição rotada é considerada um procedimento bastante simples. Segundo Reitan, do ponto de vista histológico, a transformação tissular que ocorre durante a rotação está influenciada pelas disposições anatômicas das estruturas de supoorte. Em trabalhos experimenteis, sobre rotação de dentes, é possível distinguir os terços cervicais, médios e apicais da raiz dentária. Na região cervical, a maioria das fibras periodontais estão formadas pelo grupo de fibras gengivais livres e transseptais. As fibras principais do terço médio e apical estão ancoradas na superfície radicular e no osso alveolar, e as fibras supralveolares estão conectadas com todo o sistema fibrilar das regiões supralveolares. Esta diferença na fixação das fibras tem demonstrado ser de grande importância, especialmente durante o período de contenção. Após a rotação de um dente, o estiramento das fibras gengivais livres podem provocar o deslocamento das
fibras colágenas, elásticas e oxitalânicas colocadas a uma certa distância do dente que se está movendo.Um movimento de rotação pode provocar certas variações no tipo de resposta tissular observada nos lados de pressão.Em certas ocasiões, ocorre hialinização e absorção óssea solapante em um dos lados de pressão, enquanto que em outros ocorre absorção óssea direta. Estas variações são provocadas principalmente pela posição do dente em relação aos contatos proximais e também pela magnitude da força. Como em outros tipos de movimento dentário, é favorável a aplicação de forças leves durante o período inicial de tratamento. Após a rotação, durante 3 ou 4 semanas, finaliza-se a absorção solapante e prevalece a absorção óssea direta sobre os lados de pressão.
Do lado de tensão, no terço médio, formar-se-ão novas espículas óssea ao longo das fibras dispostas de maneira mais ou menos oblíquas. Este estiramento das fibras periodontais coincide com a formação de cemento celular na superfície radicular. Em alguns casos, encontraremos do lado de tensão um grande aumento na espessura da camada de cemento. Do lado de pressão pouco cemento será depositado.
O estiramento e disposição oblíqua das fibras de suporte requerem um período de contenção maior, após terminado o tratamento. É necessário advertir que o espaço periodontal aumenta em muito pela absorção óssea após a rotação. Além disso, o novo osso depositado no lado de tensão está formado, em parte, por espículas ósseas não calcificadas. O novo osso fasciculado pode reordenar-se com facilidade depois da remoção do aparelho, pela contração do feixe de fibras deslocados e estirados. A presença de fibras elásticas e oxitalânicas na região cervical aumenta a contração das estruturas supra-alveolares, originando a tendência à recidiva.
VERTICALIZAÇÃO
Para Wilheln, verticalização é um movimento bastante semelhante ao de inclinação. Entretanto, a coroa permanece estática enquanto o ápice se desloca. Este movimento é muito empregado durante o fechamento de espaços de extração.
Durante o movimento de verticalização, devido à aplicação da força ser exercida sobre o ápice do dente, há entre este e a crista alveolar uma área de atrito, na qual pode resultar em absorção radicular.
Quando verticalizamos um dente que sofreu inclinação, devemos nos lembrar que a zona de pressão no movimento de verticalização é a antiga zona de tensão durante a inclinação e lá se encontra o osteóide, que pode opor-se ao movimento desejado. Este fenômeno apresenta maiores incovenientes em adultos, se o osso neoformado for de natureza fibrosa e pouco sujeito a absorção. O dente encontrará uma zona atrófica e pode resultar em absorção radicular.
TORQUE
Afirma Langlade, que durante o movimento de torque, o ponto de apoio ou centro de rotação situa-se no bracket ou outro acessório qualquer em uso. Graças à composição das forças utilizadas a raiz se desloca, enquanto a coroa mantém-se fixa.
O torque pode ser anterior ou posterior:
a) o torque anterior corresponde ao movimento efetuado sobre os incisvos, para que ao final do tratamento eles estejam em uma relação aceitável entre si e com o restante da face do paciente;
b) o torque posterior não tem indíces pré-estabelecidos por nenhum autor. É incorporado a um ou mais dentes do segmento posterior, com o intuito de alcançar melhor interdigitação cuspidária.
Devido ao volume das raízes dos dentes posteriores e a dificuldade de impedir o movimento coronário, o operador associa, muitas vezes, o movimento de inclinação (coronária) com o movimento de torque (radicular), ao trabalhar nos segmentos posteriores.
Quanto ao sentido de deslocamento da raiz, o torque pode ser chamado de radículo-vestibular ou radículo-lingual.
Reitan admite que pode-se demonstrar mecanicamente a tendência da porção coronária mover-se em direção oposta.
Durante o movimento inicial de torque, a área de pressão coloca-se habitualmente na região média da raiz. Isto ocorre porque o ligamento periodontal tem comumente maior espessura no terço apical do que no terço médio. Após a absorção das partes ósseas correspondentes ao terço médio, a superfície apical da raiz gradualmente comprimirá as fibras periodontais adjacentes, e se estabelecerá uma zona de pressão mais ampla.
EXTRUSÃO
Para Proffit movimentos extrusivos, idealmente, não produziriam áreas de compressão no ligamento, somente tensão. Como na rotação, é uma possibilidade mais teórica do que prática, já que o dente se inclina enquanto é extruído e áreas de compressão podem ser geradas. Mesmo se áreas de compressão pudessem ser evitadas, forças pesadas em tensão pura seriam indesejáveis, a menos que o objetivo seja a extração do dente sem o acompanhamento do osso alveolar. Forças extrusivas e também as de rotação deveriam ser da mesma magnitude daquelas para inclinação, ou seja, de 50 a 75 g.
O movimento de extrusão deve, às vezes, combater as forças de oclusão criadas pelas forças musculares. Surge a necessidade de aumentar a intensidade das forças ou de liberar as interferências oclusais dos dentes a movimentar. A utilização de placas de oclusão, acompanhadas de elásticos verticais, favorecerão uma extrusão deste tipo.
INTRUSÃO
Por muitos anos foi considerado essencialmente impossível a produção da intrusão dentária ortodôntica. Clinicamente, a intrusão tem sido demonstrada com sucesso, e tornou-se claro que para este tipo de movimento faz-se necessário um controle cuidadoso da magnitude da força, tanto que forças bem leves são aplicadas ao dente. Forças leves são necessárias para intrusão porque elas serão concentradas em uma área pequena do ápice radicular.
Reitan afirma que a intrusão dos dentes anteriores é melhor realizada durante períodos de crescimento ativo. Como resultado, aparece extrusão simultânea e variável dos dentes posteriores. Existindo um período de crescimento ativo, as cefalometrias tomadas antes e depois do tratamento revelarão um aumento geral das dimensõesverticais das estruturas faciais. Esta mudança das dimenções faciais podem causar certa dúvida acerca da real ocorrência de intrusão dos dentes anteriores. Por tanto, é possível fazer estudos sobre o efeito causado por forças de intrusão com maior exatidão, em indivíduos cujo período principal de crescimento já esteja concluído.
A absorção apical radicular, após a intrusão, depende em grande parte das características anatômicas que circundam a raiz. O exame de radiografias tomadas antes do tratamento pode dar informações acerca da forma e condições do osso adjacente e do ápice dos dentes a intruir. Em pacientes jovens, o ápice muitas vezes está rodeado por osso esponjoso e amplos espaços medulares, sendo necessário a utilização de forças leves e contínuas. Porém, se o osso da região apical é bastante compacto, como em adultos, forças leves e interrompidas serão necessárias. Isto dará tempo para que se inicie a proliferação celular e prevaleça a absorção frontal, quando os arcos forem reativados após o período de repouso.
Como em outros tipos de movimento dentário, a força aplicada durante o período inicial de intrusão pode determinar o grau definitivo de absorção radicular. Exercendo-se uma força definitivamente suave durante 5 a 6 semanas, será menor a tendência de absosrção radicular durante o posterior período de intrusão.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. Langlade, M., Terapeutica Ortodôntica, 3a Ed., Ed. Livraria Santos, São Paulo, p. 1-25, 1993.
2. Proffit, W.R., Fields Jr, H.W.; Ortodontia Contemporânea, Ed. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, cap. 09, 1995.
3. Reitan, K.; Tissue behavior during orthodontic tooth movement. Am. J. Orthod., 46: 881, 1960.
4. _________; Principios y reacciones biomecánicas, Editado por Graber T.M., Swain, B.F.; Ortodoncia. Principios Generales y Técnicas, Ed.Panamericana, Buenos Aires, 1988.
5. ________; Initial Tissue Behavior during Apical Root resorption. Angle Orthod., 44: 68-82, 1974.
6. ________; Effects of Force Magnetude and direction of Tooth Movement on different alveolar bone types. Angle Orthod., 34: 244-255, 1964.
7. Wilheln, R.S.; Movimento Dentário, Ortodontia, 8 (3): 261-273, set.-dez., 1975.
Parece claro que o nível de força ótimo para o movimento dentário tem que ser alto o bastante para estimular atividade celular, sem ocluir completamente os vasos sanguíneos do ligamento periodontal. Tanto a quantidade de força liberada em um dente, quanto a área do ligamento sobre a qual a pressão será distribuída , são importantes para determinar o efeito biológico. A resposta do ligamento é determinada não somente pela força, mas também pela pressão por unidade de área. Já a distribuição das forças no ligamento periodontal e, subsequentemente a pressão, diferem nos vários tipos de movimento dentário, tornando-se necessário especificar o tipo de movimento, tanto quanto a quantidade de força para proporcionar níveis de pressão ótimos para os objetivos ortodônticos.
Langlade admite que as condições mecânicas de nossos dispositivos ortodônticos são, às vezes, capazes de aumentar consideravelmente a força aplicada. É assim que as forças qualificadas como leves podem impor ao dente uma pressão extremamente elevada, com muito mais danos que as forças chamadas pesadas. Daí a necessidade do profissional conhecer bem a biomecânica dos sistemas ortodônticos, propostos ao longo de nossos tratamentos, efetuando diversos movimentos dentários, cada um podendo ser descrito a partir de um centro de referência.
INCLINAÇÃO
Segundo Reitan o movimento de inclinação pode ser considerado como o movimento dentário mais seguro e biológico. Isto se deve, principalmente, ao fato do movimento fisiológico dos dentes ocorrer em forma de inclinação. Durante o tratamento ortodôntico, um dente pode ser inclinado com certas variações em direção vestibulo-lingual ou mesio-distal. O resultado característico de uma inclinação é quase sempre a formação de uma zona hialinizada ligeiramente abaixo da crista alveolar.
De acordo com Proffit, movimentos de inclinação são produzidos quando uma força simples (p. ex., uma mola estendida de um aparelho removível) é aplicada contra a coroa de um dente. Quando isto é feito, o dente gira em torno de seu centro de resistência em um ponto localizado aproximadamente no terço apical da raiz (figura 10). Quando o dente gira desta forma, o ligamento periodontal é comprimido próximo ao ápice do mesmo lado da mola e da crista alveolar do lado oposto à mola. Pressão máxima do ligamento é criada na crista alveolar e no ápice. Progressivamente, menos pressão é criada próximo ao centro de resistência.
Forças utilizadas para inclinar dentes devem ser bastante baixas. Tanto os experimento em animais quanto os experimentos clínicos em humanos, sugerem que as forças de inclinação não deveriam exceder 50 g.
TRANSLAÇÃO
Burstone e Norton definem o movimento de translação como uma força distribuida de forma relativamente uniforme ao longo da superfície radicular. O centro de rotação, no movimento de translação, está no infinito. Pode-se demonstrar que uma única força, agindo através do centro de resistência do dente, produz uma translação pura do mesmo.
Clinicamente Proffit acha necessário a aplicação de duas forças simultaneamente sobre a coroa de um dente para se conseguir o movimento de translado. Desta forma, a coroa e o ápice radicular movem-se na mesma direção e quantidade, comprimindo o ligamento periodontal uniformemente. Torna-se claro que, para produzir a mesma pressão em todo o ligamento e, portanto, a mesma resposta biológica, o dobro da força deve ser necessário para o movimento de corpo, em relação ao movimento de inclinação .
Segundo Reitan a hialinização, durante o movimento de translação inicial, ocorre em grande parte por fatores mecânicos. Clinicamente observa-se que não existe translação sem o movimento de inclinação logo após o início do movimento ortodôntico.
ROTAÇÃO
De acordo com Proffit, forças para produzir rotação de um dente em torno de seu longo eixo poderiam ser maiores do que aquelas para produzir outro tipo de movimento dentário, já que a força pode ser distribuida por todo o ligamento, em vez de uma faixa estreitamente vertical. No entanto, é essencialmente impossível aplicar uma força rotacional de forma que o dente não incline em seu alvéolo e, quando isto acontece, uma área de compressão é criada como em qualquer outro movimento de inclinação. Devido a isto, forças adequadas para rotação são similares àquelas de inclinação.
Langlade afirma que quando se trata de um dente monorradicular, cuja raiz possui uma forma arredondada em cortes transversais, o ligamento periodontal recebe uma distribuição bastante satisfatória. Todas as fibras periodontais estão sujeitas às forças de rotação, por unidade de superfície, de maneira proporcional. Mas, a maioria dos dentes tem raízes ovais ou múltiplas; nestes casos, zonas de contração fazem surgir pressões mais significativas, podendo enfraquecer os ângulos. Quase sempre produz-se uma absorção marginal sem gravidade, com uma participação muito pequena do osso adjacente neste deslocamento.
A correção de um dente em posição rotada é considerada um procedimento bastante simples. Segundo Reitan, do ponto de vista histológico, a transformação tissular que ocorre durante a rotação está influenciada pelas disposições anatômicas das estruturas de supoorte. Em trabalhos experimenteis, sobre rotação de dentes, é possível distinguir os terços cervicais, médios e apicais da raiz dentária. Na região cervical, a maioria das fibras periodontais estão formadas pelo grupo de fibras gengivais livres e transseptais. As fibras principais do terço médio e apical estão ancoradas na superfície radicular e no osso alveolar, e as fibras supralveolares estão conectadas com todo o sistema fibrilar das regiões supralveolares. Esta diferença na fixação das fibras tem demonstrado ser de grande importância, especialmente durante o período de contenção. Após a rotação de um dente, o estiramento das fibras gengivais livres podem provocar o deslocamento das
fibras colágenas, elásticas e oxitalânicas colocadas a uma certa distância do dente que se está movendo.Um movimento de rotação pode provocar certas variações no tipo de resposta tissular observada nos lados de pressão.Em certas ocasiões, ocorre hialinização e absorção óssea solapante em um dos lados de pressão, enquanto que em outros ocorre absorção óssea direta. Estas variações são provocadas principalmente pela posição do dente em relação aos contatos proximais e também pela magnitude da força. Como em outros tipos de movimento dentário, é favorável a aplicação de forças leves durante o período inicial de tratamento. Após a rotação, durante 3 ou 4 semanas, finaliza-se a absorção solapante e prevalece a absorção óssea direta sobre os lados de pressão.
Do lado de tensão, no terço médio, formar-se-ão novas espículas óssea ao longo das fibras dispostas de maneira mais ou menos oblíquas. Este estiramento das fibras periodontais coincide com a formação de cemento celular na superfície radicular. Em alguns casos, encontraremos do lado de tensão um grande aumento na espessura da camada de cemento. Do lado de pressão pouco cemento será depositado.
O estiramento e disposição oblíqua das fibras de suporte requerem um período de contenção maior, após terminado o tratamento. É necessário advertir que o espaço periodontal aumenta em muito pela absorção óssea após a rotação. Além disso, o novo osso depositado no lado de tensão está formado, em parte, por espículas ósseas não calcificadas. O novo osso fasciculado pode reordenar-se com facilidade depois da remoção do aparelho, pela contração do feixe de fibras deslocados e estirados. A presença de fibras elásticas e oxitalânicas na região cervical aumenta a contração das estruturas supra-alveolares, originando a tendência à recidiva.
VERTICALIZAÇÃO
Para Wilheln, verticalização é um movimento bastante semelhante ao de inclinação. Entretanto, a coroa permanece estática enquanto o ápice se desloca. Este movimento é muito empregado durante o fechamento de espaços de extração.
Durante o movimento de verticalização, devido à aplicação da força ser exercida sobre o ápice do dente, há entre este e a crista alveolar uma área de atrito, na qual pode resultar em absorção radicular.
Quando verticalizamos um dente que sofreu inclinação, devemos nos lembrar que a zona de pressão no movimento de verticalização é a antiga zona de tensão durante a inclinação e lá se encontra o osteóide, que pode opor-se ao movimento desejado. Este fenômeno apresenta maiores incovenientes em adultos, se o osso neoformado for de natureza fibrosa e pouco sujeito a absorção. O dente encontrará uma zona atrófica e pode resultar em absorção radicular.
TORQUE
Afirma Langlade, que durante o movimento de torque, o ponto de apoio ou centro de rotação situa-se no bracket ou outro acessório qualquer em uso. Graças à composição das forças utilizadas a raiz se desloca, enquanto a coroa mantém-se fixa.
O torque pode ser anterior ou posterior:
a) o torque anterior corresponde ao movimento efetuado sobre os incisvos, para que ao final do tratamento eles estejam em uma relação aceitável entre si e com o restante da face do paciente;
b) o torque posterior não tem indíces pré-estabelecidos por nenhum autor. É incorporado a um ou mais dentes do segmento posterior, com o intuito de alcançar melhor interdigitação cuspidária.
Devido ao volume das raízes dos dentes posteriores e a dificuldade de impedir o movimento coronário, o operador associa, muitas vezes, o movimento de inclinação (coronária) com o movimento de torque (radicular), ao trabalhar nos segmentos posteriores.
Quanto ao sentido de deslocamento da raiz, o torque pode ser chamado de radículo-vestibular ou radículo-lingual.
Reitan admite que pode-se demonstrar mecanicamente a tendência da porção coronária mover-se em direção oposta.
Durante o movimento inicial de torque, a área de pressão coloca-se habitualmente na região média da raiz. Isto ocorre porque o ligamento periodontal tem comumente maior espessura no terço apical do que no terço médio. Após a absorção das partes ósseas correspondentes ao terço médio, a superfície apical da raiz gradualmente comprimirá as fibras periodontais adjacentes, e se estabelecerá uma zona de pressão mais ampla.
EXTRUSÃO
Para Proffit movimentos extrusivos, idealmente, não produziriam áreas de compressão no ligamento, somente tensão. Como na rotação, é uma possibilidade mais teórica do que prática, já que o dente se inclina enquanto é extruído e áreas de compressão podem ser geradas. Mesmo se áreas de compressão pudessem ser evitadas, forças pesadas em tensão pura seriam indesejáveis, a menos que o objetivo seja a extração do dente sem o acompanhamento do osso alveolar. Forças extrusivas e também as de rotação deveriam ser da mesma magnitude daquelas para inclinação, ou seja, de 50 a 75 g.
O movimento de extrusão deve, às vezes, combater as forças de oclusão criadas pelas forças musculares. Surge a necessidade de aumentar a intensidade das forças ou de liberar as interferências oclusais dos dentes a movimentar. A utilização de placas de oclusão, acompanhadas de elásticos verticais, favorecerão uma extrusão deste tipo.
INTRUSÃO
Por muitos anos foi considerado essencialmente impossível a produção da intrusão dentária ortodôntica. Clinicamente, a intrusão tem sido demonstrada com sucesso, e tornou-se claro que para este tipo de movimento faz-se necessário um controle cuidadoso da magnitude da força, tanto que forças bem leves são aplicadas ao dente. Forças leves são necessárias para intrusão porque elas serão concentradas em uma área pequena do ápice radicular.
Reitan afirma que a intrusão dos dentes anteriores é melhor realizada durante períodos de crescimento ativo. Como resultado, aparece extrusão simultânea e variável dos dentes posteriores. Existindo um período de crescimento ativo, as cefalometrias tomadas antes e depois do tratamento revelarão um aumento geral das dimensõesverticais das estruturas faciais. Esta mudança das dimenções faciais podem causar certa dúvida acerca da real ocorrência de intrusão dos dentes anteriores. Por tanto, é possível fazer estudos sobre o efeito causado por forças de intrusão com maior exatidão, em indivíduos cujo período principal de crescimento já esteja concluído.
A absorção apical radicular, após a intrusão, depende em grande parte das características anatômicas que circundam a raiz. O exame de radiografias tomadas antes do tratamento pode dar informações acerca da forma e condições do osso adjacente e do ápice dos dentes a intruir. Em pacientes jovens, o ápice muitas vezes está rodeado por osso esponjoso e amplos espaços medulares, sendo necessário a utilização de forças leves e contínuas. Porém, se o osso da região apical é bastante compacto, como em adultos, forças leves e interrompidas serão necessárias. Isto dará tempo para que se inicie a proliferação celular e prevaleça a absorção frontal, quando os arcos forem reativados após o período de repouso.
Como em outros tipos de movimento dentário, a força aplicada durante o período inicial de intrusão pode determinar o grau definitivo de absorção radicular. Exercendo-se uma força definitivamente suave durante 5 a 6 semanas, será menor a tendência de absosrção radicular durante o posterior período de intrusão.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
1. Langlade, M., Terapeutica Ortodôntica, 3a Ed., Ed. Livraria Santos, São Paulo, p. 1-25, 1993.
2. Proffit, W.R., Fields Jr, H.W.; Ortodontia Contemporânea, Ed. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, cap. 09, 1995.
3. Reitan, K.; Tissue behavior during orthodontic tooth movement. Am. J. Orthod., 46: 881, 1960.
4. _________; Principios y reacciones biomecánicas, Editado por Graber T.M., Swain, B.F.; Ortodoncia. Principios Generales y Técnicas, Ed.Panamericana, Buenos Aires, 1988.
5. ________; Initial Tissue Behavior during Apical Root resorption. Angle Orthod., 44: 68-82, 1974.
6. ________; Effects of Force Magnetude and direction of Tooth Movement on different alveolar bone types. Angle Orthod., 34: 244-255, 1964.
7. Wilheln, R.S.; Movimento Dentário, Ortodontia, 8 (3): 261-273, set.-dez., 1975.
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