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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

CRESCIMENTO MANDIBULAR



CRESCIMENTO MANDIBULAR

A mandíbula é classificada como um osso ímpar, apresentando como característica marcante o fato de ser o único osso móvel da face. Ela é considerada um osso longo de formato tubular, COMO SE tivesse sido dobrado no formato de uma ferradura, apresentando regiões especiais para inserção muscular e um processo para a fixação dentária. Em suas extremidades estariam localizados os côndilos, correspondentes aos centros de crescimento epifisário endocondral. Ao nascimento, uma fina linha de fibro-cartilagem divide a mandíbula na linha média, na sínfise mentoniana, em duas metades, direita e esquerda. No período entre quatro meses até o final do primeiro ano, esta cartilagem sinfisária é totalmente substituída por osso, fundindo suas porções em uma única unidade. **A cartilagem condilar é um centro de crescimento craniofacial e por conta disto, a morfologia da articulação temporomandibular (ATM) se torna um fator de interferência no processo de desenvolvimento do complexo craniofacial, onde qualquer alteração resultará na aceleração da maturação, principalmente nas áreas de compressão da cartilagem. O crescimento da cartilagem condilar mandibular é mais influenciado por fatores extrínsecos do que intrínsecos, diferentemente da cartilagem da epífise em ossos longos (Behrents, 1993).O crescimento da cartilagem condilar ocorre por aposição, incorporação de células condrogênicas à superfície da cartilagem; e crescimento intersticial, mitose de crondrócitos. No côndilo mandibular, os condrócitos se posicionam aleatoriamente distribuídos, conferindo ao côndilo a possibilidade de modificar a sua forma e adaptar-se conforme as solicitações funcionais. Durante o processo de envelhecimento esta cartilagem vai gradualmente diminuindo a sua espessura e atividade celular (Simões, 2003). Entretanto, o côndilo mandibular mantém em sua superfície uma camada de células mesenquimais indiferenciadas durante a fase adulta (Katchburian, 2004). O côndilo mandibular aumenta com o disco articular e fossa glenóide, envolvendo a formação de osso intramembranoso e endocondral, por crescimento aposicional , com algum intersticial, e diferenciação de cartilagem. A fossa glenóide cresce por relocação remodeladora anterior e desenvolvimento do tubérculo temporal (Dibbets, 1993). *A cartilagem hialina dos côndilos é responsabilizada pelo aumento em espessura, através de crescimento intersticial, juntamente com um crescimento aposicional. O crescimento desta cartilagem poderia ser classificado em duas fases de crescimento. Inicialmente, um crescimento em direção posterior e para fora fez-se notar, para promover a acomodação da lâmina dental em crescimento e dos germes dentários. Pouco depois, o crescimento ocorreu não somente nas duas primeiras direções, mas também em direção superior, provocando um deslocamento da mandíbula para frente e para baixo, incrementando a distância entre as maxilas e a mandíbula, de forma a providenciar o espaço necessário para o crescimento vertical do processo alveolar e posterior irrupção dos dentes. Durante o primeiro ano de vida, o crescimento tendeu a ser generalizado, ocorrendo nos rebordos alveolares, superfícies posteriores dos ramos ascendentes, côndilos e superfícies laterais de mandíbula. Após o primeiro ano, este crescimento tornou-se mais seletivo, ocorrendo em regiões específicas.TULLEY (1960) considerou a mandíbula como um osso longo com dois processos musculares e um processo dental. Os sítios de crescimento ativo foram descritos como as áreas de crescimento condilar através dos crescimentos aposicional e intersticial, impulsionando a mandíbula para baixo e para frente.ENLOW (1981, 1982) citou a tuberosidade lingual que apresentou grande atuação por localizar-se no limite entre as duas partes básicas de mandíbula: o ramo e o corpo. Ela cresceu em direção posterior e medial, como também pelo lado lingual do ramo, por aposição nas superfícies posteriores e nas porções internas das tuberosidades e ramos ascendentes, concomitantemente, fez-se uma reabsorção na região da fossa lingual e bordo anterior do ramo.O crescimento condilar apresentou um mecanismo de crescimento endocondral, somente nas porções articulares do côndilo, que cresceu através de um processo proliferativo em direção póstero-superior. Os lados bucal e lingual do colo dos côndilos foram, caracteristicamente, superfícies de reabsorção causando o estreitamento da mesma, definindo-a em relação aos côndilos.PROFFIT (1986), pensando sobre o crescimento mandibular, disse que o crescimento médio do ramo seria de 1,0 a 2,0 mm em altura, e o do corpo mandibular seria de 2,0 a 3,0 mm, em comprimento, por ano, até a puberdade.O padrão de rotação mandibular influenciou também a magnitude de irrupção dentária, adireção de irrupção, e, em última análise, a posição ântero-posterior dos incisivos. A rotação mandibular para cima e para frente alterou a direção de irrupção dos dentes inferiores, direcionando-os mais verticalmente, e causando a diminuição do perímetro do arco. Associou, assim, o maior grau de rotação interna da mandíbula em relação às maxilas com a diminuição do perímetro do arco mais acentuada na mandíbula do que nas maxilas, devido à rotação interna.

**REFERÊNCIAS*


  • adaptado de: EFEITO DO ESTÍMULO BIOMECÂNICO NO CRESCIMENTO DA MANDÍBULA, DO CÔNDILO E DO DISCO ARTICULAR EM CAMUNDONGOS JOVENS E IDOSOS -MARIA LUISA TAGLIARO- Tese apresentada como requisito para aobtenção do grau de Doutor, pelo Programa dePós-graduação em Gerontologia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

  • Behrents, R. Crescimento facial adulto. In: Enlow D. Crescimento facial. 3ª ed., São Paulo: Editora Artes Médicas Ltda., 1993. Cap. 16, p. 409-29.

  • Dibbets, J. Introdução à articulação temporomandibular. In: Enlow D. Crescimento facial. 3ª ed., São Paulo: Editora Artes Médicas Ltda., 1993. Cap. 4, p. 145-54.

  • Katchburian, E. A., Arana, V. Articulação temporomandibular. In: Histologia e embriologia oral. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2004. Cap.11, p. 349-364.

  • Simões, W. Crescimento e ATM. In: Maciel NM e cols. ATM e dores craniofaciais. 1ª ed. São Paulo: Livraria Editora Santos Ltda., 2003. p. 7-17.

  • ** adaptado de:NOÇÕES BÁSICAS DE CRESCIMENTO MANDIBULAR- Equipe da Disciplina de Oclusão da FO da UERJ e Colaboradores in:www.oclusao.com.br/apostilas/pdf/crescim.pdf
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